Diálogos entre Direito e Psicanálise: uma abordagem contemporânea
Ano: 2017
1ª Edição
Número de páginas: 184
A presente obra tem por objetivo o registro da contribuição de alguns palestrantes do “Seminário Direito e Psicanálise: uma abordagem contemporânea” e não pretende oferecer uma discussão exaustiva sobre o tema.O diálogo entre Direito e Psicanálise se intensificou nos tempos atuais em função das demandas dirigidas ao judiciário, agora plenas de lides afetivas, travestidas de demandas judiciais. A contemporaneidade exige, de ambos os campos do saber, o difícil manejo das respostas inéditas a demandas igualmente inéditas. Também é certo que Psicanálise e Direito se modificaram com o tempo.Como exemplo, do lado da psicanálise Jacques Lacan, célebre psicanalista francês, recorreu à matemática topológica para conceituar o inconsciente, em sua releitura de Sigmund Freud, por meio de uma reformulação que promove amplas consequências para a clínica atual.Em Freud, o inconsciente era visto como profundidade que exigia do trabalho analítico trazer à luz o que se encontrava completamente oculto em relação à consciência, como um trabalho de escavação arqueológica. Lacan recorre à figura topológica da Banda de Moebius, um objeto simples, onde uma tira de papel se coloca sobre si mesma à partir de um movimento de torção, sem avesso nem direito, sendo o tempo o que faz a diferença entre as duas faces, para compreender como acontece a engrenagem psíquica entre o mundo interno e o mundo externo, para compreender a estrutura do sujeito.O mundo do Direito também tem passado por transformações em função de um novo modo de se desejar o mundo e se tornou um instrumento contemporâneo indispensável, em busca da justiça e da dignidade da pessoa humana.Ao mesmo tempo em que não há mais espaço para aquele psicanalista trancado e isolado em seu consultório, longe dos acontecimentos sociais, tampouco há para o hermetismo do Direito, que o prende a um tecnicismo avesso à subjetividade humana, capaz de distanciá-lo da coletividade.A interlocução entre os campos do Direito e da Psicanálise acontece e os torna mais funcionais e úteis, como bem mostram os artigos que compõem esta obra.Este pequeno trabalho gostaria de estimular cada vez mais essa interlocução e, para ampliar o debate e promover a possibilidade de esclarecimentos, sugestões ou críticas, disponibilizamos o
e-mail seminariodireitoepsicanalise@gmail.comNosso agradecimento.
Judith Euchares Ricardo de Albuquerque
Membro da Comissão Organizadora
SUMÁRIO
A CLÍNICA DA AUDIÊNCIA
Rosemary de Oliveira Pires e Ana Cláudia Barbosa Dias
A MEDIAÇÃO COMO OPORTUNIDADE DE TRANSFORMAÇÃO
SOCIOJURÍDICA
Grasielle dos Reis Rodrigues Mello
ANGÚSTIAS
Raphael Ricardo de Albuquerque Falcão
ASSÉDIO MORAL
Vicente de Paula Maciel Júnior
ASSÉDIO MORAL E IDENTIFICAÇÃO DO EXCESSO
Martha Halfeld Furtado de Mendonça Schmidt
BREVE REFLEXÃO SOBRE O SOFRIMENTO MENTAL
Naray Jesimar Aparecida Paulino
COISAS DE FINEZA NO JUDICIÁRIO
Judith Euchares Ricardo de Albuquerque
DIREITO E PSICANÁLISE - TRANSEXUALIDADE – PRETENSÃO DE ALTERAÇÃO DE NOME E SEXO - REGISTRO CIVIL
Geraldo Augusto de Almeida
MEDIAÇÃO: UMA INTERLOCUÇÃO ENTRE O DIREITO (O SUJEITO DA VERDADE) E A PSICANÁLISE (A VERDADE DO SUJEITO)
Rita Andréa Guimarães de Carvalho Pereira
O DIREITO, A PSICANÁLISE E A INVENÇÃO SINGULAR
Henri Kaufmanner
O TEMPO PARA COMPREENDER A MEDIAÇÃO DE CONFLITOS
Márcia Alves dos Santos
PSICANÁLISE: UM ESTATUTO RESIDUAL PARA A FAMÍLIA
Márcia Rosa
PSICANÁLISE E ASSÉDIO MORAL: POSSÍVEIS PONTUAÇÕES
Mara Viana de Castro Sternick
PSICANÁLISE E MEDIAÇÃO: UMA CONSTRUÇÃO DIALÉTICA DA SOLUÇÃO DO CONFLITO DE INTERESSES NO DIREITO DE FAMÍLIA
Saulo Versiani Penna e Gina Chaves
ACOSSADO PELA LEI DO SUPEREU
Romina Moreira de Magalhães Gomes


